Diários de Motocicleta (The Motorcycle Diaries, 2004), baseado nos relatos de Ernesto Guevara de la Serna, conta a história de uma aventura vivida em 1952, pelo então estudante de medicina e seu amigo Alberto Granado, quando decidem cruzar a América do Sul sobre uma moto.
O que poderia ser apenas a realização de um sonho comum a todo jovem, tornou-se o marco de nascimento do revolucionário Che Guevara. Líder político latino-americano, cuja negação a aderir-se tanto ao capitalismo quanto ao comunismo ortodoxo, transformou-o numa figura emblemática da luta socialista.
Na viagem mostrada em Diários de Motocicleta, Ernesto enxerga entre todos os povos latino-americanos, uma só alma, uma só esperança, uma só lágrima, uma só voz, um só suspiro, buscando a libertação da América do Sul diante as mazelas capitalistas.
Quando chega a Machu Pichu, no Peru, a dupla conhece uma colônia de leprosos e passam a questionar a validade do progresso econômico da região, que privilegia apenas uma pequena parte da população. Os doentes de lepra vivem em San Pablo, isolados no lado brasileiro do rio Amazonas. Esse trecho do diário de Ernesto deu origem a música Al Otro Lado Del Río do músico uruguaio Jorge Drexler, vencedor do Oscar 2005 de melhor canção.
Convencido de que a revolução era a única solução possível para acabar com as injustiças sociais existentes na América Latina, em 1954 Guevara marcha rumo ao México, onde se une ao movimento integrado por revolucionários cubanos seguidores de Fidel Castro. Foi aí que ganhou o apelido de "Che", por seu jeito argentino de falar, parecido com os gaúchos.
O filme Diários de Motocicleta é uma aula de "como nasce um líder". Veja o que diz o manual da administração.
1º) Ter um sonho: Ernesto Guevara viajou pela América sem saber o que queria, estava em busca de uma razão para sua vida. Ele achava que era a medicina, mas depois de conviver com tantas histórias tristes do sofrido povo latino, percebeu que poderia colaborar muito mais, tornou-se Che Guevara.
2º) Reconhecer o valor das pessoas: ele aprendeu a amar seu povo, como médico convivia de perto com as doenças, as injustiças e tinha confiança nos indivíduos, na força da coletividade, na capacidade dos liderados, sem preconceitos e disposto sempre a ajudar.
3º) Auto-sacrifício: é preciso se sacrificar, e Ernesto o fez. Abandonou aqueles que amava, deixou para trás o conforto de sua casa, trocou as certezas de sua profissão pela incertezas da guerra. Umas das última cenas do filme, Ernesto se joga ao rio, mesmo com sua doença, consegue chegar ao outro lado, para comemorar seu aniversário com os doentes que cuidava.
4º) Visão de futuro: é preciso imaginar um mundo melhor e contagiar todos os demais. Ernesto sonhava numa nova América Latina, uma América socialista, livre da opressão capitalista.
Confira o trailer clicando no botão play da imagem abaixo.
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