
Eu e minha família ficamos emocionados com a medalha de ouro do @ThiagoBrazPV no Salto com Vara na #Rio2016. Por tudo que essa conquista representou: quebrando o recorde olímpico, competindo diante da família, suportando a pressão de um país, lutando contra fortes adversários. Thiago Braz transformou-se em herói nacional, símbolo de inspiração para jovens e adultos. Ele nos mostrou que é possível superar limites e enfrentar os piores adversários sem medo e com humildade!
Mas existe um outro aspecto que me chamou atenção: a reação do francês Renaud Lavillenie, então atual campeão olímpico. Logo após saltar 5,98 metros, ele riu quando o brasileiro decidiu elevar o sarrafo e ir direto para os 6,03 metros. O resultado todos viram. Thiago deu um salto perfeito e tomou o primeiro lugar. Visivelmente incrédulo, o francês foi para sua última chance. Demonstrando falta de espírito esportivo, fez sinal negativo com o polegar para a platéia que ainda estava em êxtase. O francês, claro, não conseguiu superar o sarrafo. Logo depois em entrevista reclamou que a torcida o prejudicou.
O comportamento de Lavillenie é muito comum. As pessoas em geral têm uma tendência a não assumir responsabilidade por erros. Antes mesmo do fim, agarramos um bode expiatório. Deixamos as desculpas prontas para caso haja necessidade. Pode ser um juiz que não ajudou, o clima atípico, o equipamento errado, a falta de tempo, os fantasmas do passado. Terceirização da culpa é uma característica da nossa personalidade desde a infância.
Porém, uma das coisas que torna o ser humano especial é justamente sua capacidade de lutar contra os instintos. Assumir a responsabilidade por um erro acaba se tornando um momento especial de aprendizagem, crescimento e evolução. Outro dia um guarda de trânsito da cidade de Pedro II, Piauí, foi flagrado furando o pneu de um carro¹. Em texto no Facebook ele assume a responsabilidade e as consequências. Não faço aqui juízo de valor, afinal ele só escreveu após a repercussão pública. Mas ainda assim o texto chama atenção.
Claro que não é fácil ser julgado. Mas ter dignidade para assumir a responsabilidade e corrigir o comportamento é o que nos dá esperança de um futuro para a espécie humana. O resto é desculpa, justificativa, explicação, mea-culpa, alegação, pretexto, lamentação. Também importantes, mas nada como levantar o braço e dizer em alto e bom som: a culpa é minha. Não dá medalha, mas errar acontece muito mais do que acertar. Por isso é importante estar tão preparado quanto.
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