A grande maioria dos livros diz que os bons líderes devem ser passionais, craques na arte de falar, ter uma mente estratégica brilhante e um grande tato com seus seguidores [nossa!]. Marcus Buckingham, autor do livro "A Única Coisa que Você Precisa Saber" (ed. Campus), joga por terra essa crença. Na opinião dele, não é necessário que os líderes tenham tais qualidades [ufa!].
Segundo ele, o mais importante é a capacidade de transmitir com clareza às equipes que comandam as seguintes informações: 1) a quem a equipe serve; 2) o que permitirá que supere seus concorrentes; 3) como será medido o desempenho da equipe; e 4) que ações a ajudarão a cumprir seus objetivos.
Ao tentar responder a quem sua empresa serve, Buckingham avisa que não se deve definir os clientes segundo dados como nível de renda ou hábitos de consumo. Defina-os segundo o que querem ou necessitam de você. Simples? Nem tanto. Eficiente? Pode ter certeza.
Para descobrir sua força central, faça algumas perguntas, tais como: Minha equipe se destaca pela capacidade de formar alianças com outros grupos da organização? Pela qualidade do serviço que ofereço? Por detectar oportunidades que passam despercebidas pelos demais? Faça sua equipe pensar.
Buckingham sustenta que definir seu ponto forte mais básico é uma maneira de comunicar aos funcionários como conseguirão triunfar no futuro, usando essa fortaleza justamente para superar os adversários e transpor obstáculos. Assim, substituirão a ansiedade de futuro por confiança e flexibilidade.
Depois disso é preciso mensurar. E é nesse ponto que surgem a maioria dos erros. "Você pode ficar tentado a incluir 10 ou 20 indicadores diferentes para avaliar os aspectos distintos do desempenho de seus funcionários. Tudo bem, mas não comunique aas não comunique a eles", avisa Buckingham.
O especialista defende que só lhes seja apresentado um único indicador que sirva para medir seus avanços. E os comportamentos descritos por tal indicador devem estar sob o controle do funcionário, ou seja, cada pessoa deve poder fazer algo para melhorar sua pontuação em relação ao indicador proposto.
Porfim, os líderes eficazes analisados por Buckingham demonstravam dois tipos de comportamento para inspirar seus seguidores e fomentar o comportamento que queriam despertar neles: a ação "simbólica" e a "sistemática".
A "ação simbólica" capta a atenção do funcionário e deixa claro para ele o tipo de futuro que o líder tem em mente. A "ação sistemática", ao contrário, interrompe as rotinas diárias e obriga as pessoas a envolver-se em novas atividades necessárias para servir os clientes, aproveitar as fortalezas essenciais e conseguir um desempenho superior nos indicadores-chave.
Com esses quatro passos Buckingham acredita que os líderes conseguirão sucesso a longo prazo. Claro que líderes passionais e craques na arte de falar sempre terão destaque, mas quantos deles você encontra por aí?
0 COMENTÁRIO(S):
Postar um comentário