Dessa maneira, a Antropologia procura entender o universo psíquico, bem como a relação entre os indivíduos e culturas, suas histórias, linguagens, valores, crenças e costumes. Isso inclui a origem, a evolução e as ações da humanidade.
Tendo um campo tão vasto de estudos, a antropologia se divide em dois grandes temas: a Antropologia Física e a Antropologia Cultural (ou Etnologia). Para o Marketing o objeto de estudo é a Antropologia Cultural, também chamada de Antropologia Social ou Antropologia Socio-cultural.
Em artigo para a Agência FAPESP, publicado no Portal Administradores, Eduardo Geraque diz ser inegável que a lógica capitalista da sociedade brasileira está instalada no cotidiano das relações urbanas. Ele diz isso baseado no Grupo de Culturas Empresariais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), liderado pelo antropólogo Guilhermo Ruben.
"É importante que esses fenômenos sejam estudados. É uma forma de se fazer uma espécie da antropologia do capitalismo brasileiro", disse Ruben. O grupo do qual está à frente, hoje com 15 pessoas, está voltado para o assunto desde a década de 1980, tendo produzido, desde então, dezenas de publicações e teses científicas.
Outro pesquisador desse grupo, Pedro Jaime, diz que depois de toda a experiência adquirida nos últimos anos, é possível entender bem como as relações antropológicas estão estabelecidas nas empresas brasileiras. "Não podemos classificar uma cultura empresarial brasileira única. Mas muitas matrizes culturais do brasileiro estão bastante presentes nas empresas. Existem fluxos importantes dessas dimensões culturais, que podem até determinar o fracasso e o sucesso dos negócios de determinado grupo", disse Jaime.
Por isso é importância compreender as relações sociais das corporações para entnder a lógica do mercado. Guilhermo Ruben, citado por Eduardo Geraque acredita que somente assim os antropólogos terão condições de interferir de forma mais criteriosa sobre determinada realidade empresarial. "Muitas vezes, tem-se a idéia de que é como apertar um parafuso. Basta pegar uma chave de fenda e o problema estará resolvido. Mas não é esse o caso. A interferência tem que ser feita de outra forma, sempre com muito diálogo", explica o professor da Unicamp.
Esse universo é tão rico que permite uma série de correlações entre o desenvolvimento do capitalismo impregnado na cultura brasileira. "Estudamos também, por exemplo, cooperativas do Nordeste e bancos populares. Até mesmo comunidades indígenas e quilombolas querem se inserir no mundo capitalista", conclui Ruben.
0 COMENTÁRIO(S):
Postar um comentário